quarta-feira, 25 de junho de 2014

Um texto com letras e uma vida com falta delas



Quando se é solteiro, uma pessoa está livre de compromissos e essa era uma sensação que eu adorava. Eu fazia o que queria, com quem queria e não havia ninguém que me impedisse de o fazer. Não tinha que aturar aquelas crises de ciúmes que as namoradas costumam ter. Basicamente, nessa altura em que era solteiro, andava a "saltar de boca em boca". Uma curte aqui, outra acolá, um apalpão ali, uma "punheta" (se estivesse com sorte) e pronto. E é claro, como todos os rapazes solteiros, gostas de te gabar da quantidade de raparigas que "papaste", sejam elas as mais badalhocas da put* da terrinha. Na altura achava piada, ficava a pensar que era o maior e basicamente era isso que "metia" vício. Mas as pessoas pensam que tu o fazes apenas por diversão, para mostrares que és o maior e tal, mas no meu caso, e no de muitos, não é só. Eu fi-lo para a esquecer. Eu fi-lo porque sabia que ela apenas me via como um amigo e, para não me magoar mais, eu tinha de a esquecer de alguma forma. Pode não ter sido a forma mais correta, mas foi apenas isso que me veio à cabeça para superar o meu desgosto. E passei bastante tempo nisso. Mas conforme vais crescendo, experienciando, a tua mentalidade começa a mudar e tu começas a fartar-te desta situação. Chegas a uma altura em que perguntas a ti próprio "O que é que eu estou a fazer da minha vida?". A partir desse momento tu começas a pensar em estabilizar e arranjar uma rapariga decente pela qual te apaixones, possas namorar e, quem sabe, ficares com ela o resto da tua longa vida. E foi isso que me aconteceu. Eu comecei a pensar em estabilizar e encontrar a chamada "tal".
Eu já falava com ela desde Fevereiro, mas sempre pensei nela como uma amiga, embora tenha notado que ela começou a desenvolver sentimentos por mim. Até que um dia aconteceu. Eu beijei-a. Nesse momento soube que gostava dela. Mas eu não quis arriscar e levei as coisas com calma porque ainda não tinha a certeza se já tinha esquecido a "outra". E pronto. Nós andámos por aí a curtir durante uns tempos, com toda a gente a pressionar-nos para namorar, até que num certo dia dum certo mês, eu a pedi em namoro. Ela aceitou, feliz, e depois foi "marmelada marmelada". Fui embora, sempre sorridente, e andei assim durante uns dias, sem que nada nem ninguém me tirasse o sorriso da cara. Eu era super feliz com ela, e ela comigo. Passado umas semanas de namoro, numa brincadeira de adolescentes, eu e a rapariga que tinha tentado esquecer, beijámo-nos. Eu voltei a sentir o que pensava estar enterrado nas profundezas do meu peito, o que pensava estar perdido à muito e isso afectou-me imenso. Fui dormir a pensar no que sentia e no dia seguinte eu revelei-me a essa rapariga, contei-lhe tudo o que era passado e tudo o que era presente e ela disse-me que me vê mais do que um amigo mas que não sabe se isso é amor. Eu agora estou confuso. Eu agora estou com dúvidas em se amo verdadeiramente a minha namorada, em se devo desistir de tudo e lutar por essa rapariga ou continuar com a rapariga que pedi em namoro. Eu apenas gostava que tudo fosse mais simples e não tão complicado como é neste momento. Espero fazer a escolha certa e não a errada, como fiz da última vez, pois eu apenas não quero magoar ninguém.

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